Nossos raros momentos de Felicidade


A felicidade é muito relativa: Estamos felizes por estarmos perto de quem amamos, ao mesmo tempo que este estado de felicidade nos escapa pelos dedos quando pensamos naqueles que se foram, seja qual tenha sido o motivo: desentendimento, afastamento, silêncio, omissão, dor, morte... Muitos são os motivos da ida, uns inevitáveis, outros nem tanto, e outros tantos opcionais, a verdade é que não aceitamos a ida;


Assim sendo, a felicidade passa a ser um estado efêmero, raro e breve, tais como são os milésimos de segundos dos nossos cronômetros. Estamos felizes, mas num simples olhar ao lado, ficamos tristes, pensativos, sensíveis, e não sabemos explicar o porquê, apenas sabemos que dói na alma, que é uma dor que começa dentro dos ossos e exige que usemos uma máscara para que nossa tristeza não se propague aos outros, e arranque de todos o breve e ilusório momento da felicidade.


Por isso os pensamentos tendem a estar ocupados com imagens, palavras, cheiros, e momentos que jamais poderão ser repetidos, pois não haverá mais a participação dos que já foram, daqueles que partiram, dos que se ausentaram, cabendo a nós, os que ficamos, decidir entre continuar ou se deixar ser levados com aqueles.


Penso que a lembrança é o nosso refúgio, nela conseguimos lembrar da voz, gestos e jeitos, das manias e defeitos, por permanecerem gravados como a essência daqueles que marcaram nossas vidas, e o único motivo de nos lembrarmos de forma tão insistente é o sentimento latente, que não se vai com quem se foi, grudando dentro de nós tudo que os que partiram foram até o último momento que estiveram conosco.


Então a felicidade é o momento do hoje, o amanhã é só esperança. Viva intensamente com quem está ao seu lado, curta cada momento, cada palavra, cada milésimo de segundo, pois, quando se vão, não voltam mais.


Comentários