O sentido das coisas, por vezes, se mostra contrário as espectativas; tentamos sobreviver, fazemos de tudo para prolongar nosso dias, mas, assim como o dia caminha em direção da noite, a vida caminha em direção da morte.
Para sanar esse lapso na espécie nos multiplicamos, e como resultado, temos cópias híbridas de nós com outros que a nosso exemplo tetam apenas continuar existindo, mesmo que dentro do código genético de um tataraneto, porém, por mais que estejamos alí por sorte seremos lembranças, e isso só ganha alguma probabilidade se formos notáveis no mínimo para aquela parcela de sociedade que vivemos, então seremos imortais! De fato, nesse momento, vencemos o esquecimento, alcançamos a espectativa de continuar existindo pois seremos mais que genitores anônimos ou esquecidos, seremos promovidos ao posto de história, personagem, herói.
Por fim, até às histórias, por causa das distorções, começam a tornar-se lendas, tomam aspectos espantoso ou maravilhosos demais para serem verdadeiros, então, aquela conquista de sermos lembrados, de continuarmos vivos cai na degeneração, o código genético volta a ser o que de mais verdadeiro existe do que fomos, agora esquecido dentro de um estranho numa época futura bem distante da nossa quando existimos.
De tudo isso vejo que o mais importante para o ser pulsante é o agora. Viva, sinta, ame, se arrependa, tente novamente, seja verdadeiro, intenso, puro, seja sua melhor versão, pois esse é o você original, sem mistura e forte! Não queira ser uma lembrança ou um mero código esquecido, seja você agora! Porque o nosso amanhã nos reserva apenas uma mínima função de composição daquele que carregará toda nossa história, sem ao menos saber o quão especial fomos um dia.
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