Morte na Polícia Militar de Pernambuco


Hoje sonhei com um acidente. Era algo estarrecedor, previsível, porém terrível...
Acordei assustado e com medo, mas logo fui tranquilizador pelo silêncio do meu quarto, pois tudo estava bem.

Hoje fomos surpreendidos por um pesadelo; bandidos desalmados, acabaram com a alma de um batalhão inteiro da polícia militar de Pernambuco. Monstros que seduzem poucos idiotas que os defendem e festejam sua monstruosidade, conseguiram abater um guerreiro e ferir outro que, na missão precípua de defender a sociedade mesmo com o risco da própria vida, sentiram na prática toda ingratidão do juramento que fazemos no momento da feliz formatura policial.

Mais um dia, menos um policial. Infelizmente para aquele que foi interrompido no início de sua carreira, isso não será apenas um pesadelo, pois não irá mais acordar do sono profundo em que foi jogado; mais terrível ainda é a noite que nasceu para os seus queridos, seu sangue, seus pais, seus familiares. 

Acordei do meu pesadelo, tudo estava bem. Infelizmente, nosso "camarada" não conseguiu possuir a mesma sorte, daquilo ser apenas a projeção de uma mente em atividade na hora do repouso... Houve um repouso imediato em sua atividade! Abruptamente foi arrancado da aljava da sociedade, foi quebrado para não mais se projetar contra aqueles que destruíam e que roubavam a paz de sua comunidade.

Pobre Policial Militar! agora não passa de um PM Tombado, que será notícia de dois dias nos jornais do meio-dia, será homenageado em algum lugar na caserna, esquecido da cidade que defendia, será um troféu no currículo de seu carrasco, e uma dor profunda no seio de sua família... Com o tempo será uma lembrança, e depois mais um que se foi.

A morte de um policial é previsível, mas não é esperada, não doe menos que a morte de um notável, não faz sofrer pouco os seus afetos, nem deixa de ser uma ferida na sociedade. 

A morte de um agente de segurança pública no estrito cumprimento do seu dever legal, é a mais heróica, honrada, e desmerecida morte que um ser humano pode morrer, pois não foi por sua própria, mas pela causa de todos, não estava tentando matar, estava tentando restituir, não esperava seu fim, mas ansiava pelo fim do seu turno, para seguir com seus projetos e continuar sua vida, por mais que sua função não o retornasse seus méritos, porém levava em seu peito o símbolo do Estado que solicitava diuturnamente o risco de sua vida, seu suor, sem contudo esperar que o sangue de seu "guarda" pudesse ser derramado de forma líquida e certa... 

Agora estamos acordados, algo estarrecedor e terrível aconteceu, ficamos com medo e assustados, mas NÓS estamos SEGUROS, estamos no nosso silêncio do nosso conforto, porém, quem terá o próximo pesadelo? Quem sofrerá a próxima fatalidade? Quem estará na linha de frente para garantir que possamos acordar seguros, dentro de nossos direitos e garantias constitucionais? Nós policiais estamos dentro desse pesadelo todos os serviços, e sabemos que podemos algum dia não mais acordar.

Quantos mais precisam provar a razão com o risco da própria vida? 

"Ao ingressar na Polícia Militar do Estado de Pernambuco, 
prometo regular a minha conduta pelos preceitos da moral, 
cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado 
e dedicar-me inteiramente ao serviço policial-militar, 
à manutenção da ordem pública 
e à segurança da comunidade, 
mesmo com o risco da própria vida."

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