A rosa e a dor

Passei e senti teu cheiro,

Atraído, arranquei-te do chão...

Naturalmente, teu espinho me furou

E tu Invadida por meu sangue, na ferida que abri em ti

E ficamos assim, pelo espinho sangrando, e você ferida de morte em minhas mãos...

Tentei sanar meu erro, num vaso de cristal te coloquei

Te cerquei com a água das minhas fontes

No centro do meu coração te botei

Meu esforço apenas te deu uma falsa vida, sem perceber que aos poucos se esvaía

Tuas pétalas murchavam, Teu caule frágil enrrugava, com a água que busquei pra te salvar

Aos poucos, caíram: pétalas, folha, beleza e sustento...

Com a mão ferida, marcada por teu espinho tentei ver e restaurar a beleza que invadiu meus olhos, o cheiro que dominou minha mente, a dor que feriu meu coração

Mas não estavas mais alí,  o que mais forte tinha eram lembranças,

Não havia imagens, tua beleza preservava com o olhar, guardava no coração

Mas fora do teu chão, ressecasse, ferida, murcharsse, mesmo imersa em minhas águas desfinhastes...

Mas ainda te busco, querendo mais de tudo que me atraiu, me encantou, me machucou...

Guardo tua dor impressa no ato do meu toque, e sinto meu sangue que te invadiu, fechado em tua cicatriz.

Sinto que isso é o mais perto que temos um do outro: DOR, a dor de perder por amar,  e por demais  se entregar.

Comentários